“Os egiptólogos”, diz John West, “são as últimas pessoas no mundo a estudar qualquer anomalia.” Claro, são numerosas as anomalias no Egito. A anomalia a que West se referia nessas palavras era a das pirâmides da Quarta Dinastia: anomalia por causa do que acontecera durante as Terceira, Quinta e Sexta Dinastias. A Pirâmide Escalonada de Zóser, em Saqqara (Terceira Dinastia), é uma estrutura imponente, mas foi construída com blocos relativamente pequenos, fáceis de manusear, que cinco ou seis homens trabalhando juntos poderiam carregar, e suas câmaras internas são estruturalmente defeituosas. As pirâmides das Quinta e Sexta Dinastias (embora adornadas na parte interna com os belos Textos da Pirâmide) tiveram uma construção medíocre e desmoronaram de forma tão completa que, hoje, quase todas pouco mais são do que montes de entulho.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização
- Capítulo 1: Brasil e o mapa de Piri Reis
- Capítulo 2: Rios na Antártida
- Capítulo 3: As Digitais dos deuses: Impressões Digitais de uma Ciência Perdida
- Capítulo 4: As Digitais dos deuses: O Vôo do Condor
- Capítulo 5: A Trilha Inca Para o Passado
- Capítulo 6: Ele Veio em uma Época de Caos
Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.
CAPÍTULO 47 – A Esfinge
As pirâmides da (PRETENSAMENTE CONSTRUÍDAS NA) Quarta Dinastia, em Gizé, porém, foram maravilhosamente bem construídas e vêm suportando, mais ou menos intactas, a passagem de milhares de anos. West achava que os egiptólogos deviam ter dado maior atenção a essa seqüência de fatos ou, melhor, suas implicações. – Há uma discrepância no cenário que fala em “construir pirâmides medíocres, estruturalmente defeituosas, e, de repente, construir pirâmides absolutamente inacreditáveis, que são, estruturalmente, as coisas mais incríveis já concebidas pelo homem e, logo em seguida, voltar a pirâmides estruturalmente medíocres”. Isso não faz sentido (A NÃO SER PARA OS “ESPECIALISTAS, ACADÊMICOS, ERUDITOS E “EGIPTÓLOGOS”).
O cenário paralelo na indústria automobilística, digamos, seria inventar e construir o Ford Modelo-T, e, em seguida, subitamente, inventar e construir um Porsche 93, fabricar apenas alguns deles e, logo depois, esquecer como fazer isso e voltar a produzir o Ford Modelo-T. Civilizações não funcionam dessa maneira.
– O que é que você está querendo dizer com isso? – perguntei. Está dizendo que as pirâmides da Quarta Dinastia não foram absolutamente construídas por ela?
– Minha intuição é que não foram. Elas em nada se parecem com as mastabas que estão à sua frente. Tampouco parecem com qualquer outra estrutura da Quarta Dinastia… Elas não parecem se encaixar…
– E também a Esfinge não se encaixa?
– Também, não. Mas a grande diferença é que não temos de confiar em nossas intuições no que se refere à Esfinge. Podemos provar que ela foi construída muito antes da Quarta Dinastia…
John West
Santha e eu nos tornamos fãs de John Anthony West desde que começamos a viajar pelo Egito. Seu livro guia turístico, The Traveler’s Key to Ancient Egypt: A Guide to Sacred Places, foi uma introdução brilhante e indispensável aos mistérios dessa terra antiga, e ainda o levamos para toda parte. Simultaneamente, seus livros eruditos, notadamente Serpent in the Sky: The High Wisdom of Ancient Egypt, abriu-nos os olhos para a possibilidade revolucionária de que a civilização egípcia – com os múltiplos vislumbres que fornece de uma ciência muito adiantada, que não poderia existir naquele tempo – talvez não tivesse se desenvolvido exclusivamente nos confins do Vale do Nilo, mas pudesse ter sido o legado de uma civilização anterior, mais avançada e ainda não identificada, anterior por milênios ao Egito dinástico e a todas as demais civilizações conhecidas”.
Alto e de porte atlético, West estava em princípios da casa dos 60 anos. Cultivando uma barba branca bem aparada, encontrei-o usando traje safári e um excêntrico capacete de cortiça tipo século XIX. Tem maneiras jovens e enérgicas e uma faísca brincalhona nos olhos. Estávamos nesse momento sentados no convés superior de um barco de cruzeiro do Nilo, ancorado ao largo de Lúxor, a apenas alguns metros rio abaixo do Winter Palace Hotel. A oeste, do outro lado do rio, um enorme sol vermelho, distorcido pela refração atmosférica, estava justamente se pondo por trás dos penhascos do Vale dos Reis.
A nossa direita estendiam-se as ruínas devastadas mas nobres dos templos de Lúxor e Karnak. Abaixo de nós, transmitidas através do casco do barco, sentíamos as pequenas pancadas e o fluxo da água, rolando em seu curso na direção do distante delta. West apresentou inicialmente sua tese, sobre uma Esfinge mais antiga do que se pensava, no livro Serpent in the Sky, uma exposição exaustiva do trabalho do matemático francês R. A. Schwaller de Lubicz. As pesquisas realizadas por Schwaller no Templo de Lúxor entre 1937 e 1952 desencavaram prova matemática, sugerindo que a ciência e cultura egípcias haviam sido muito mais avançadas do que pensavam os “estudiosos modernos”.
Não obstante, como observara West, a prova tinha sido apresentada em linguagem difícil de compreender, complexa, e sem nenhuma concessão ao leitor… Poucos leitores se sentiam confortáveis com o Schwaller puro. Era a mesma coisa que tentar entrar em física de alta energia sem um cuidadoso estudo preliminar. Os principais livros de Schwaller, ambos publicados originariamente em francês, são o maciço Le Temple dans L’homme, em três volumes, que se concentra em Lúxor, e o mais geral Le Roi de la théocratie Pharoanique. Nesta última obra, traduzida para o inglês com o título Sacred Science, Schwaller faz, de passagem, referência às imensas inundações e chuvas que devastaram o Egito no undécimo milênio (11 mil anos) a.C. Quase como se fosse um segundo pensamento, ele acrescentou:
“Uma grande civilização deve ter precedido as grandes precipitações pluviométricas sobre o Egito, o que nos leva a supor que a Esfinge já existia, esculpida na rocha do penhasco oeste de Gizé – uma esfinge cujo corpo leonino, com exceção da cabeça, demonstra sinais incontestáveis de erosão pela água”.
Enquanto ele escrevia o Serpent in the Sky, West ficou impressionado com a possível significação dessa observação e resolveu aprofundá-la:
– Compreendi que, se pudesse provar empiricamente essa observação de Schwaller, feita de passagem, teria prova definitiva da existência de uma alta civilização, ainda não identificada, na distante antiguidade.
– Por quê? Perguntei.
– Uma vez provado que a água foi o agente que corroeu a Esfinge, a solução é de uma simplicidade quase infantil. Ela poderia ser explicada a qualquer leitor do National Enquirer ou do News of the World. Seria de uma simplicidade que até um débil mental poderia entender… Pensa-se que a Esfinge foi construída por Khafre no ano 2500 a.C., mas, desde o início dos tempos dinásticos, digamos, do ano 3000 a.C. em diante, simplesmente não houve chuva suficiente no platô de Gizé para ter causado a erosão, muito extensa, observada em todo o corpo da Esfinge. Temos realmente que retroagir a antes do ano 10000 a.C. para encontrar um clima úmido o suficiente no Egito para explicar intemperismo desse tipo e nessa escala. Daí, portanto, a Esfinge deve ter sido construída antes do ano 10000 a.C. e, desde que é uma obra de arte maciça, sofisticada, é lógico também que deve ter sido construída por uma civilização avançada.
– Mas, John – perguntou Santha -, como é que você pode ter tanta certeza de que o intemperismo foi causado por água de chuva? Os ventos do deserto não poderiam ter feito também o mesmo trabalho? Afinal de contas até egiptólogos ortodoxos admitem que a Esfinge existe há quase 5.000 anos. Esse período não é suficientemente longo para que esses efeitos tenham sido causados por erosão eólica?
– Naturalmente, essa foi uma das primeiras possibilidades que tive de excluir. Só se conseguisse demonstrar que areia abrasiva soprada pelo vento não poderia, de maneira alguma, ter posto a Esfinge na sua atual situação, haveria alguma razão para estudar mais a fundo as implicações da erosão pela água.
A Geologia de Robert Schoch: Solucionando o Enigma da Esfinge
Descobriu-se que uma questão importante que dizia respeito à profunda vala que cerca o monumento por todos os lados.
– Uma vez que a Esfinge repousa em um lugar raso – prosseguiu West -, a areia se empilha até a altura de seu pescoço em questão de algumas décadas, se nada for feito… E ela foi, com grande freqüência, deixada ao abandono durante os tempos históricos. Na verdade, graças a uma combinação de referências textuais e extrapolações históricas, é possível provar que, durante os 4.500 anos transcorridos desde que teria sido aparentemente construída por Khafre, ela esteve enterrada até o pescoço por nada menos que 3.300 anos”. Isso significa que, durante todo esse tempo, só houve um total cumulativo de mil anos, no qual o corpo esteve sujeito à erosão eólica. Durante todo o resto do tempo, ela esteve protegida dos ventos do deserto por um enorme lençol de areia. O importante é que, se a Esfinge tivesse sido realmente construída por Khafre, no Velho Reino, e se a erosão pelo vento fosse capaz de infligir tal dano em um período de tempo tão curto, então as demais estruturas do Velho Reino nessa área, construídas com a mesma pedra calcária, deveriam demonstrar efeitos semelhantes de intemperismo. Mas nenhuma delas mostra isso… você sabe, tumbas inconfundivelmente do Velho Reino, cheias de hieróglifos e inscrições… nenhuma delas exibe o mesmo tipo de intemperismo que a Esfinge.
Na verdade, nenhuma. O professor Robert Schoch, geólogo da Universidade de Boston e especialista em erosão de rochas que desempenhou papel decisivo na validação da prova de West, convenceu-se da razão desses estragos. O intemperismo exibido pela Esfinge – e pelas paredes do espaço fechado cortado na rocha – não foi causado absolutamente pela abrasão do vento, mas por milhares de anos de chuvas torrenciais, em longas eras antes do estabelecimento do Velho Reino. Tendo convencido seus colegas na Convenção da Sociedade Geológica da América, realizada em 1994, Schoch explicou em seguida suas descobertas a uma platéia muito mais ampla e eclética (incluindo os egiptólogos), na reunião anual de 1992, da Associação Americana pelo Progresso da Ciência (AAAS).
Começou ele dizendo aos delegados que “o corpo da Esfinge e as paredes da vala onde ela se encontra estão profundamente corroídos, com efeitos de intemperismo… Essa erosão tem alguns metros de largura em alguns lugares, pelo menos nas paredes. Ela é muito profunda, muito antiga em minha opinião, e exibe um perfil ondulado e contínuo… “. Essas ondulações são facilmente reconhecíveis por especialistas em estratigrafia e paleontologia como tendo sido causadas por “intemperismo induzido por precipitação pluviométrica”.
Como indicam as fotografias da Esfinge e do espaço fechado, feitas por Santha, esse tipo de intemperismo assume a forma clara de uma combinação de profundas fissuras verticais e entalhes côncavos ondulantes e horizontais – “um exemplo de livro de texto escolar”, nas palavras de Schoch, “do que acontece a uma estrutura de pedra calcária se castigada por chuva durante milhares de anos… Foi claramente a precipitação de chuva que causou esses aspectos de erosão”. A erosão por vento/areia apresenta um perfil muito diferente de canais horizontais de bordas nítidas, seletivamente abertos, nas camadas mais macias da rocha afetada. Em nenhuma circunstância, pode causar as fissuras verticais, especialmente visíveis no muro do espaço fechado onde está a Esfinge. Elas só poderiam ser “formadas por água descendo pelo muro”, o resultado de chuva em volume imenso, caindo em cascata sobre a ladeira do platô de Gizé e penetrando no espaço fechado da Esfinge embaixo. “A chuva atacou os pontos fracos da rocha”, explicou Schoch, “e neles abriu fissuras de alto a baixo – prova clara para mim, como geólogo, de que esse aspecto de erosão foi causado por chuvas.”
Embora obscurecido em alguns lugares por blocos instalados por numerosos restauradores durante milênios, a mesma observação se aplica às estrias fundas, ondulantes, verticais, que correm por todo o comprimento do corpo da Esfinge. Mais uma vez, esses resultados são característicos de intemperismo causado por chuva, porque apenas longos períodos de chuvas pesadas, martelando as partes superiores da imensa estrutura (e descendo em cascata pelos lados) poderiam ter produzido esses efeitos. A confirmação vem do fato de que a pedra calcária onde foi esculpida a Esfinge não tem composição uniforme, mas consiste de uma série de camadas duras e moles, nas quais algumas das rochas mais duráveis resistem mais do que as menos duráveis. Esse perfil simplesmente não poderia ter sido produzido por erosão eólica (que teria cortado seletivamente as camadas mais moles da rocha), mas seria “inteiramente consistente” com intemperismo induzido por precipitação pluviométrica, caso em que água, água de chuva, desce batendo. As rochas localizadas na parte superior do monumento são mais duráveis, mas se encontram também em profundidade maior do que as menos duráveis nas seções mais protegidas. No seu sumário na reunião da AAAS, concluiu Schoch:
‘É bem sabido que o espaço fechado onde se encontra a Esfinge enche-se de areia com grande rapidez, em uma questão de décadas, nas condições desérticas do Saara. E a areia tem de ser removida periodicamente. E isso vem acontecendo desde tempos antigos. Ainda assim, observa-se esse perfil dramático ondulado de erosão nos muros do espaço fechado da Esfinge… Em termos simples, portanto, o que estou sugerindo é que esse perfil ondulado, esses aspectos vistos no corpo e na vala da Esfinge, retroagem a um período muito antigo, quando havia mais precipitação pluviométrica nessa área, mais umidade, mais chuva no platô de Gizé”.
Como ele próprio reconheceu, Schoch não foi o primeiro geólogo a notar o “anômalo intemperismo induzido por precipitação pluviométrica no núcleo do corpo da Esfinge”. Ele foi, porém, o primeiro a participar de um debate público sobre as imensas implicações históricas desse intemperismo. A atitude que adotou foi a de preferir ficar adstrito à geologia:
Disseram-me um sem-número de vezes que os povos do Egito, tanto quanto sabemos, nem tinham a tecnologia nem a organização social necessárias para esculpir o núcleo do corpo da Esfinge nos tempos pré-dinásticos… Não vejo nisso, porém, nenhum problema para mim como geólogo. Não estou querendo transferir o ônus para ninguém, mas cabe realmente aos egiptólogos e arqueólogos descobrir quem a esculpiu. Se meus fatos estão em conflito com suas teorias sobre o aparecimento da civilização, então talvez seja oportuno que eles reavaliem a sua teoria. Não estou dizendo que a Esfinge foi esculpida por atlantes, por marcianos, ou por outros extraterrestres. Estou simplesmente seguindo a ciência aonde ela me leva, e ela me leva a concluir que a Esfinge foi construída muito mais cedo do que se pensava antes…
Civilizações Lendárias
Quanto tempo antes? John West contou-nos que ele e Schoch estão empenhados em um debate cordial sobre a idade da Esfinge:
– Schoch situa a data em algum período entre os anos 5000 e 7000 a.C., no mínimo, [a época do período Subpluvial Neolítico], principalmente por assumir a opinião mais cautelosa permitida pelos dados de que dispõe. Como professor de geologia de uma grande universidade, ele é quase obrigado a adotar uma postura conservadora… e é verdade que houve chuvas entre os anos 7000 e 5000 a.C. Não obstante, por uma grande variedade de razões intuitivas e acadêmicas, acho que a data é muito, mas muito mais antiga e que a maior parte do intemperismo sofrido pela Esfinge ocorreu no período chuvoso anterior, antes do ano 10000 a.C… Para ser franco, se ocorreu em uma época relativamente recente, como 5000 a 7000 a.C., acho que teríamos provavelmente encontrado outras provas da civilização que a esculpiu. Um bocado de provas desse período foi encontrado no Egito. Nelas há algumas anomalias estranhas, reconheço, mas a maior parte dela… o grosso delas… é realmente muito rudimentar.
– Nesse caso, quem construiu a Esfinge, se não foram os egípcios prédinásticos?
– Minha conjectura é de que todo esse enigma está ligado, de alguma maneira, àquelas civilizações lendárias mencionadas em todas as mitologias do mundo. Você sabe quais são: as que dizem que houve grandes catástrofes, que alguns homens sobreviveram, andaram vagueando pela terra e que um pouco de conhecimento foi preservado aqui, outro tanto acolá… Meu palpite é que a esfinge está ligada a tudo isso. Se fosse desafiado a fazer uma aposta, eu diria que é anterior ao fim da última Era Glacial e, provavelmente, mais antiga do que 10.000 anos a.C., talvez até mais antiga do que 15.000 anos a.C. Minha convicção… na verdade, mais do que uma convicção… é de que ela é imensamente velha.
E era também uma convicção que eu compartilhava cada vez mais – e, lembrei a mim mesmo, uma que a maioria dos egiptólogos do século XIX havia também aceitado. Não obstante, a aparência da Esfinge era um argumento contra essas intuições, porquanto não havia dúvida de que sua cabeça parecia convencionalmente faraônica.
– Se ela é tão velha quanto você pensa – perguntei nesse momento a John -, de que modo explica que os escultores a tenham apresentado usando o adereço nemes de cabeça e a uraeus dos tempos dinásticos?
– Esse fato não me incomoda. Na verdade, como você sabe, egiptólogos alegam que a face da Esfinge lembra a face de Khafre… a única razão por que eles alegam que a estátua foi mandada esculpir por ele. Schoch e eu estudamos esse assunto com o maior cuidado. Pensamos, à vista das proporções da cabeça em relação ao resto do corpo, que ela foi reesculpida durante os tempos dinásticos e é por esse motivo que ela parece muito dinástica. Mas não pensamos que houvesse a intenção de representar Khafre. Como parte de nossa pesquisa em andamento sobre essas questões, pedimos ao tenente Frank Domingo, artista especializado em retratos falados do Departamento de Polícia de Nova York, que viesse até aqui e que fizesse comparações, ponto por ponto, entre a face da Esfinge e a face da estátua de Khafre conservada no Museu do Cairo. A conclusão dele foi que de nenhuma maneira houve intenção de que a Esfinge representasse Khafre. Não se trata apenas de a face ser diferente… ela é, provavelmente, de uma raça diferente. Trata-se, portanto, de um monumento muito antigo, que foi reesculpido em data muito posterior. Originariamente, talvez nem mesmo tivesse uma face humana. Talvez tenha começado com um focinho de leão, e não só com o corpo.
Magalhães e o Primeiro Osso de Dinossauro
Após meus próprios estudos em Gizé, eu queria saber se a pesquisa de West lançara alguma dúvida sobre a datação ortodoxa de qualquer um dos outros monumentos do platô, em especial o do chamado Templo do Vale, de Khafre.
– Acho que há muita coisa que talvez seja mais antiga – respondeu ele. Não apenas o Templo do Vale, mas também o Templo Mortuário, no alto da colina, têm provavelmente alguma coisa a ver com o complexo de Menkaure e talvez mesmo com a Pirâmide de Khafre…
– O quê, no complexo de Menkaure?
– Bem, o Templo Mortuário. E na verdade estou apenas usando por conveniência agora a atribuição convencional de autoria de construção das pirâmides…
– Tudo bem. De modo que você pensa que é possível também que as pirâmides sejam tão antigas quanto a Esfinge?
– É difícil dizer. Acho que havia alguma coisa nos locais onde estão atualmente aquelas pirâmides… por causa da geometria. A Esfinge era parte de um plano-mestre. E a Pirâmide de Khafre talvez seja a mais interessante nesse aspecto, porque foi definitivamente construída em dois estágios. Se olhar para ela… e talvez tenha notado… verá que a base consiste de várias carreiras de blocos gigantescos, semelhantes em estilo aos blocos da cantaria do núcleo do Templo do Vale. Superposto sobre a base, o resto da pirâmide é composto de material de menor dimensão, assentado com menos precisão, do ponto de vista de engenharia. Mas, quando olhamos para ela, sabendo o que procuramos, verificamos imediatamente que ela foi construída em duas etapas separadas. Quero dizer, não posso deixar de pensar que os imensos blocos da base datam de um período anterior – do tempo em que a Esfinge foi construída… e que a segunda parte foi acrescentada mais tarde… mas, mesmo nessa época, não necessariamente por Khafre. Aprofundando-se no assunto, você descobrirá que, quanto mais aprende, mais complexas se tornam as coisas. Pode até mesmo ter havido uma civilização intermediária, por exemplo, que, na verdade, corresponderia aos textos egípcios. Eles falam sobre dois longos períodos anteriores. No primeiro, o Egito foi supostamente governado por deuses… os Neterus… e, no segundo, pelos Shemsu Hor, os “Companheiros de Hórus”. É por isso que digo que os problemas se tornam cada vez mais complicados. Por sorte, o fundamental permanece simples. O fundamental é que a Esfinge não foi construída por Khafre. A geologia prova que ela é muito, mas muito mais antiga…
– Não obstante, os egiptólogos recusam-se a aceitar essa conclusão. Um dos argumentos que usaram contra você… Mark Lehner fez isso… é mais ou menos o seguinte: “Se a Esfinge foi construída antes do ano 10000 a.C., então por que não pode nos mostrar o resto da civilização que a construiu?”
Em outras palavras, por que não tem outra prova a apresentar sobre a presença de sua lendária civilização perdida, à parte algumas estruturas no platô de Gizé? O que é que me diz disso?
– Em primeiro lugar, há estruturas fora de Gizé… como, por exemplo, o Osireion, em Abidos, de onde você acaba de vir. Achamos que esse espantoso edifício pode relacionar-se com nosso trabalho sobre a Esfinge. Mesmo que o Osireion não existisse, contudo, a falta de outras provas não me incomodaria. Quero dizer, para dar destaque ao fato de que prova confirmatória adicional não foi encontrada ainda e para usar essa circunstância para acabar uma discussão, é a mesma coisa que dizer a Magalhães: “Onde estão os outros caras que fizeram a volta do mundo?” Claro, isso não prova nada. Ou, em 1838, quando foi encontrado o primeiro osso de dinossauro, teriam dito: “Claro, não há essa tal coisa de um animal gigantesco extinto. Onde está o resto do esqueleto? Só encontraram um osso.” Mas logo que algumas pessoas começaram a compreender que esse osso só podia ser de um animal extinto, nos vinte anos seguintes os museus do mundo se encheram de esqueletos completos de dinossauros. De modo que a coisa é mais ou menos assim. Ninguém se preocupou em procurar nos lugares certos. Tenho absoluta certeza de que outras provas serão encontradas, logo que algumas pessoas começarem a procurar nos lugares certos… ao longo das margens do antigo Nilo, por exemplo, que está a quilômetros do Nilo atual, ou mesmo no fundo do Mediterrâneo, que ficou seco durante a última Era Glacial.
O Problema da Transmissão (do conhecimento)
Perguntei a John West por que ele pensava que os egiptólogos e os arqueólogos tinham tanta má vontade em pensar em que a Esfinge pudesse ser uma pista para a existência de um episódio esquecido na história humana.
– A razão, acho, é que eles têm uma ideia fixa sobre a evolução linear da civilização. Acham difícil aceitar a ideia de que possa ter havido povos, há mais de doze mil anos, que eram mais sofisticados do que somos hoje… A Esfinge, e a geologia que lhe prova a antiguidade, e o fato de que a tecnologia requerida para construí-la está, de muitas maneiras, muito além de nossa própria capacidade, desmentem a crença em que civilização e tecnologia evoluíram de forma direta, linear… Isso porque, mesmo com a melhor tecnologia moderna, praticamente não poderíamos realizar as várias tarefas envolvidas no projeto. A própria Esfinge não é uma façanha assombrosa nesse particular. Quero dizer, se conseguirmos juntar escultores em número suficiente para cortar a pedra, eles poderiam esculpir uma estátua de um quilômetro e meio de comprimento. A tecnologia teve a ver com escolher as pedras, extrair as pedras das pedreiras, libertar a Esfinge de seu leito rochoso e, em seguida, usá-las para construir o Templo do Vale a uns duzentos metros de distância…
Isso era novidade para mim.
– Você quer dizer que os blocos de duzentas toneladas do Templo do Vale foram extraídos do espaço fechado da Esfinge?
– Isso mesmo, não há a menor dúvida a esse respeito. Geologicamente, pertencem ao mesmo tipo de rocha. Os blocos foram extraídos e levados para o local do Templo… só Deus sabe como… e com eles construídas paredes de doze metros de altura… mais uma vez, só Deus sabe como. Estou falando dos imensos blocos de pedra calcária do núcleo, não do revestimento de granito. Acho que o granito foi acrescentado muito tempo depois, possivelmente por Khafre. Mas se examinar os blocos de pedra calcária do núcleo, verá que eles têm as marcas de exatamente o mesmo tipo de intemperismo induzido por precipitação pluviométrica, tal como as marcas encontradas na Esfinge. De modo que a Esfinge e a estrutura do núcleo do Templo do Vale foram feitas na mesma época, pelas mesmas pessoas… quem quer que possam ter sido.
– E você acha que essas pessoas e os egípcios dinásticos posteriores foram ligados entre si de alguma maneira? No Serpent in the Sky você sugere que uma herança deve ter sido passada adiante…
– Isso ainda é uma sugestão. Tudo que sei com certeza, com base em nosso trabalho sobre a Esfinge, é que uma civilização muito, muitíssimo sofisticada, capaz de implementar projetos de construção em escala grandiosa, esteve presente no Egito em passado muito distante. Em seguida, caiu muita chuva. Milhares de anos depois, no mesmo lugar, a civilização faraônica surgiu inteiramente formada, aparentemente saindo do nada, com todos os seus conhecimentos completos. Disso podemos ter certeza. Mas se ou não o conhecimento que o Egito antigo possuía era o mesmo que o conhecimento que produziu a Esfinge, não posso realmente dizer.
– O que é que você acha da seguinte idéia? A civilização que produziu a Esfinge não teve origem aqui, pelo menos não no início… – especulei. – Ela não se localizava no Egito. Ela colocou aqui a Esfinge como uma espécie de marco ou posto avançado…
– Inteiramente possível. Poderia acontecer que a Esfinge, para essa civilização, fosse igual, digamos, ao que Abu Simbel (na Núbia) foi para o Egito dinástico.
– Nesse caso, essa civilização chegou ao fim, extingui-se devido a alguma catástrofe terrível, e foi nessa ocasião que a herança de altos conhecimentos passou a outras mãos… Uma vez que tinham deixado aqui a Esfinge, sabiam da existência do Egito, conheciam este lugar, conheciam este país, tinham uma ligação aqui. Talvez esse povo tenha sobrevivido ao fim da civilização. Talvez eles tenham vindo para cá… Isso faz sentido para você?
– Bem, é uma possibilidade. Mais uma vez, voltando às mitologias e lendas do mundo, muitas delas falam em uma catástrofe como essa e de poucos sobreviventes… a história de Noé, que se repetiu através de civilizações incontáveis … que, de uma ou de outra maneira, conservaram e transmitiram a outros esse conhecimento. O grande problema com tudo isso, de meu ponto de vista, é o processo de transmissão da herança: como, exatamente, o conhecimento é passado de uma mão a outra durante milhares e milhares de anos, entre a construção da Esfinge e o florescimento do Egito dinástico? Teoricamente, estamos numa espécie de beco sem saída… você não está?… no que interessa a esse enorme período em que os conhecimentos foram transmitidos.
Não é fácil descartar essa conclusão. Por outro lado, sabemos, de fato, que as lendas que estamos mencionando foram transmitidas, palavra por palavra, ao longo de incontáveis gerações e, na verdade, a transmissão oral é um meio muito mais seguro de transmissão do que a escrita, porque a linguagem pode mudar, mas enquanto quem estiver contando a história disser que ela é verdadeira, em qualquer que seja a linguagem do tempo… ela reaparece 5.000 anos depois em sua forma original. De modo que, talvez haja maneiras… em sociedades secretas e cultos religiosos, ou através da mitologia, por exemplo, em que os conhecimentos poderiam ter sido preservados e transmitidos antes de voltar a florescer. O importante, acho, com problemas tão complexos e importantes como esses, é simplesmente não descartar quaisquer possibilidades, por mais absurdas que possam inicialmente parecer, sem investigá-las profundamente…
Uma Segunda Opinião
John West estava em Lúxor, chefiando um grupo de estudo sobre os sítios arqueológicos sagrados do Egito. Cedo no dia seguinte, ele e seus estudantes dirigiram-se para Assuã e Abu Simbel, no sul. Santha e eu viajamos novamente para o norte, de volta a Gizé e aos mistérios da Esfinge e das pirâmides. Íamos nos encontrar com o árqueo-astrônomo Robert Bauval. Conforme veremos, suas correlações estelares proporcionaram surpreendente confirmação, independente da prova geológica, da imensa antiguidade de Gizé.
Se voce REALMENTE tem interesse em saber QUEM construiu as Pirâmides (e a ESFINGE), no EGITO e no MÉXICO, QUANDO, para QUAL FINALIDADE, e as CONSEQUÊNCIAS, por favor leia TODO O MATERIAL sobre o planeta MALDEK.
Mais informações, leitura adicional:
- Brasil, Egito, J.K., Akhenaton e Brasilia …
- Agharta, o Reino da Terra Interior
- Atlântida, ruínas teriam sido encontradas ao largo da costa de Cuba
- Atlântida e os deuses da antiguidade (1)
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